O conservadorismo estampado
6 de novembro de 2015Ocorrido no penúltimo final de semana do mês de outubro de 2015, a prova do ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio) foi um dos eventos mais comentados do ano. Antes fosse só pelas interessantes abordagens feitas pelos realizadores da prova, ao pautarem na discussão assuntos históricos e contemporâneos de extremo valor. Porém, contrapondo uma forma diplomática de discussão sobre os temas escolhidos, nos deparamos com uma reação conservadora por parte de uma questão específica na prova, a qual envolvia a filósofa francesa Simone de Beauvoir.
Simone de Beauvoir foi uma das mentes mais brilhantes do século passado. Ao lado de Jean Paul Sartre, elaborou uma teoria feminista em seu pensamento, em que questionava várias das “regras normativas” impostas por uma sociedade machista e conservadora. O que há de se estranhar hoje é o fato de muitas dessas idéias questionadas nos últimos anos, ainda manterem força tamanha a qual a época em que Beauvoir iniciou seu questionamento.
O assustador na repercussão da questão não foi nem sequer o conteúdo nela exposto, mas a forma como ouve essa reação conservadora à ela. Vincular o nome da pensadora francesa à vários assuntos que causam incomodo e repúdio dentro da sociedade é uma resposta no mínimo ridícula por parte de uma faixa de brasileiros, que deveria enxergar sua covardia frente a propostas legítimas de igualdade de gênero. O preocupante ainda seria como esse assunto poderá ser tratado em nossas escolas daqui a algum tempo. Continuaremos presos ao passado conservador?
Acompanhe mais sobre essas questões no link abaixo:
http://www.bbc.com/portuguese/